A Igreja celebra a memória de Nossa
Senhora das Dores. Mas porque celebrar as dores vividas por Maria? Não seria
isto enfatizar uma visão pessimista da caminhada terrena de Maria? Com certeza
não!

A dor, o sofrimento, ela faz parte da experiência humana, e tentar
amputá-la, seria tentar arrancar algo que está na nossa realidade. É algo
impossível! O homem entra no mundo já fazendo a experiência da dor. A criança
ao nascer, sai do ventre de sua mãe chorando. E durante toda nossa existência
passaremos por esta experiência de sofrimento, de dor, seja a nível físico,
seja a nível psíquico, seja a nível espiritual.
Não é geralmente em meio a experiência da alegria e do gozo, que
perecemos na fé. Mas em meio aos sofrimentos, as dores, as provas que Deus nos
permite passar. O que está ao nosso alcance, o que podemos fazer, é dar sentido
ao sofrimento que passamos. Não vivendo-o na perspectiva da revolta, da
resignação, mas da oferta a Deus
Maria a Virgem Dolorosa, nos ensina que toda experiência humana, seja de
gozo ou de dor pode ser teofânica, pode ser lugar teológico, lugar onde Deus se
manifesta, onde Deus se dá a conhecer, lugar onde ele revela sua luz, mesmo que
tudo pareça treva. Este é o mistério que a Igreja nos convida a celebrar na
liturgia.
Maria, de pé na Cruz (Cf. Jo 19,25), nos
mostra que é possível significar o sofrimento, dar sentido àquilo que pela
razão, parece nada mais nada menos que um absurdo. Não celebramos somente as
dores de Maria, mas a dor como oferta a Deus, como oração, como sacrifício ao
Senhor, como lugar de encontro do imanente com o transcendente. Do homem com
Deus.
o que eu faço para conseguir uma imagem dessa???
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