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Mostrando postagens de 2012

Leitura espiritual sobre a castidade (I)

Filotéia , por São Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja. CAPÍTULO XII Necessidade da castidade A castidade é o lírio entre as virtudes e já nesta vida nos torna semelhantes aos anjos. Nada há de mais belo que a pureza e a pureza dos homens é a castidade. Chama-se a esta virtude honestidade; e à sua prática honra. Denomina-se também integridade; e o vício contrário, corrupção. Numa palavra, entre as virtudes tem esta a glória de ser o ornamento da alma e do corpo ao mesmo tempo. Nunca é lícito usar dos sentidos para um prazer impuro, de qualquer maneira que seja,  a não ser num legítimo matrimônio, cuja santidade possa por uma justa compensação reparar o desaire que a deleitação importa. E no próprio casamento ainda se há de guardar a honestidade da intenção, para que, se houver alguma impefeição no prazer, não haja senão honestidade na vontade que o realiza. O coração puro é como a madrepérola, que não recebe uma gota de água que não venha do céu, pois

A Justa Estima do Outro

"Amarás o teu próximo como a ti mesmo" Nós não podemos dizer que amamos a Deus se não amamos os nossos irmãos. Deus nos criou para amar a Ele e aos nossos irmãos por amor a Ele, por isto não basta amar a Deus e amar o homem de forma separada e de uma maneira qualquer. Nós amamos por que Deus nos amou primeiro e Ele nos dá, como ponto de referência e parâmetro do amor que devemos ao irmão, o amor que temos por nós mesmos. Uma coisa é certa: PARA AMAR OS OUTROS É PRECISO AMAR ANTES A SI MESMO. Precisamos aprender a nos amar, a termos a justa estima de nós mesmos, a verdadeira imagem, a auto-imagem correta e normal, isto é, saber que a nossa imagem se acha fundamentalmente dotada de elementos positivos, com contornos limitantes que dificultam o agir, mas não constituem a essência do nosso ser. O centro do ser é positivo, mas no seu todo o ser é limitado. Esta é a condição humana. Existem em todo homem e em toda mulher virtudes e defeitos, riquezas notáveis e impu

O Voto Cristão

A participação do católico na vida cívica é um dever, fundamental na própria fé cristã. Nossa prática religiosa está, pois, intimamente inserida no meio social, onde a Providência nos colocou. E a escolha dos dirigentes faz parte integrante do exercício da cidadania em um regime democrático. Compreende-se bem esse raciocínio quando toda a nossa existência em suas várias manifestações, está sob a dependência de Deus. Não se dá uma dicotomia, aliás sensivelmente prejudicial. O fiel obedece ao Senhor enquanto reza, vai à missa, cumpre os mandamentos, mas também quando participa de atividades civis. Em um período de eleições, como o que vivemos, esse compromisso se dá de diversos modos. Um deles com a presença nas urnas. A abstenção revela falha no exercício de uma obrigação. O concílio Vaticano II nos adverte: "Todos os cidadão se lembrem, portanto, do direito e simultaneamente do dever que temos, de fazer uso do voto livre em vista da promoção do bem comum ("Gaudi

Vocação à santidade

Com a queda de Adão, o pecado destruiu o plano divino da santificação do homem. Nossos primeiros pais, criados à imagem e semelhança de Deus, em estado de graça e santidade, elevados à dignidade de filhos de Deus, foram precipitados num abismo de miséria, arrastando consigo todo o gênero humano. Durante séculos e séculos, o homem geme no seu pecado; este cavou um abismo insuperável entre Deus e a humanidade, e o homem geme para além do abismo, absolutamente incapaz de se levantar. Para conseguir o que o homem não pode, para destruir nele o pecado e restituir-lhe a graça, promete-lhe Deus um Salvador. A promessa, feita e renovada através dos séculos, não se restringe somente ao povo de Israel; interessa a toda a humanidade. Já Isaías o havia pressentido: “Virão os povos em multidão, dizendo: ‘Vinde, subamos à montanha do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine seus caminhos’” (Is 2,3). E declarou Jesus expressamente: “Digo-vos que muitos virão do oriente e do ocidente e

“Tu sabes que te amo!”

“Antes que fosses formado no ventre de tua mãe, eu já te conhecia; antes que saísses do seio materno, eu te consagrei” (Jr 1, 5). A Palavra dirigida por Deus ao profeta Jeremias toca-nos pessoalmente. Ela evoca o desígnio que Deus tem sobre cada um de nós. Ele conhece-nos individualmente, porque desde a eternidade nos escolheu e amou, confiando a todos uma específica vocação dentro do plano geral da salvação.  Queridos jovens, não duvideis do amor de Deus por vós! Ele reserva-vos um lugar no seu coração e uma missão no mundo. A primeira reação pode ser o temor, a dúvida. São sentimentos que, antes de vós, o próprio Jeremias experimentou: “Ah! Senhor Javé, não sou um orador, porque sou ainda muito novo!” (Jr 1, 6). A tarefa parece imensa, porque assume as dimensões da sociedade e do mundo. Mas não esqueçais que, quando chama, o Senhor dá também a força e a graça necessárias para responder ao chamamento.  Não tenhais medo de assumir as vossas responsabilidades: a Igreja tem necessidade

Castidade como Louvor de Deus

Apresentamos nesta postagem o artigo escrito por Padre Micael, sjs da Fraternidade Jesus Salvador, do blog Laus Dei: carisma da Fraternidade Jesus Salvador (http://lausdei.blogspot.com/). É um excelente artigo sobre a castidade e merece ser meditado com atenção. Boa leitura! Considerando que a nossa vida deve ser um Louvor de Deus, é “conditio sine qua non” que esta vida louve a Deus através de pensamentos e atitudes castas, como no dizer do Catecismo da Igreja Católica: “A castidade significa a integração da sexualidade na pessoa. Inclui a aprendizagem do domínio pessoal”  (n. 2395). Então para que haja um Louvor de Deus casto, a pessoa em seus atos deve viver sua doação total de forma integra (n. 2337), mas o que significa isso? O ser humano quando ama deve se doar totalmente e não ter o mínimo interesse instrumentalizante do outro, obviamente dentro da vocação a qual foi chamado seja no celibato ou no casamento. Por isso, quando amamos alguém o nosso olhar, gestos, fala, deve

Ícones: sua origem e fundamento

Os Ícones A Palavra "ícone" vem do termo grego "eikon" que significa genericamente imagem. Todavia, a palavra ícone é, geralmente, reservada a uma pintura, normalmente portátil, de gênero sagrado, executada sobre madeira com uma técnica particular, e seguindo uma tradição transmitida pelos séculos. Origem e Fundamento O ícone nasce junto com a Encarnação do Verbo. O nascimento de Cristo torna possível a confecção dos ícones, pois a partir daí se desfaz a proibição do Antigo Testamento uma vez que Jesus Cristo não é apenas o Logos, do Pai, mas também a sua imagem (eikón). Por isso nos diz São Paulo: "Cristo é a imagem do Deus invisível" (Cl 1, 15). Expressão do Espiritual Nos ícones as técnicas artísticas são totalmente absorvidas pelo conteúdo. Deseja-se mostrar a obra de Deus na vida ou na cena em questão. No ícone a estética torna-se secundária diante do que é espiritual. A arte dos ícones, seguindo esse ideal da Igreja, não é arte natura

O silêncio na Liturgia

      Diz a Sagrada Escritura: “Há tempo de calar e tempo de falar” (Eclesiastes 3,5). A muitos cristãos se aplica essa advertência bíblica. Ao entrar em certos templos, o modo como alguns procedem revela falta de Fé na presença eucarística e desconhecimento das exigências de um lugar sagrado. Dentro, continuam o entretenimento iniciado fora, na rua, como se tudo fosse banal. Outras vezes, a palestra, mesmo a meia voz, serve de passatempo, enquanto aguardam o ato litúrgico. A casa de oração é transformada em lugar de conversação. E isso acontece também entre pessoas que deveriam servir de exemplo.      Mais grave ainda quando este comportamento ocorre durante celebrações religiosas. Importa valorizar o silêncio nessas ocasiões e lugares. Ele também significa nossa condição de pecador. É o que se deduz dessa passagem de São Paulo, na Epístola aos Romanos (3, 19): “Toda a boca se cale e o mundo inteiro se reconheça réu em face de Deus”.      O Senhor, no sacrário das igrejas, p

Esclarecimentos sobre o ensino da Igreja a respeito da homossexualidade

 Nesta postagem, apresentamos o comentário de alguém à postagem "Vivendo na verdade". A pessoa preferiu ficar anônima e mostrou-se incomodada e, de certo modo, irritada com o conteúdo. Como ela solicitou que fosse publicado seu comentário, atendemos e, ainda, nos dispomos a responder suas dúvidas e contra-argumentar algumas das suas teses. Esperamos que satisfaça os anseios do anônimo, mas que, também, seja de ajuda e esclarecimento para os nossos irmãos e nossas irmãs na fé. "Quer saber... não sei se sou homossexual ou bi sexual, porque nunca tive experiencias, mais por auto preservação... esse texto não me trouxe nada, sendo bem sincero..."      Caro anônimo, primeiro é preciso dizer que "homossexual", "heterossexual", "bissexual", "trans-sexual" ou "pansexual" são adjetivos que, hoje, muitos usam para definir "identidade sexual". Nesse sentido, quando perguntam sobre quem é a pessoa, ente