“Antes que fosses formado no ventre de tua mãe, eu já te conhecia; antes que saísses do seio materno, eu te consagrei” (Jr 1, 5). A Palavra dirigida por Deus ao profeta Jeremias toca-nos pessoalmente. Ela evoca o desígnio que Deus tem sobre cada um de nós. Ele conhece-nos individualmente, porque desde a eternidade nos escolheu e amou, confiando a todos uma específica vocação dentro do plano geral da salvação.
Queridos jovens, não duvideis do amor de Deus por vós! Ele reserva-vos um lugar no seu coração e uma missão no mundo. A primeira reação pode ser o temor, a dúvida. São sentimentos que, antes de vós, o próprio Jeremias experimentou: “Ah! Senhor Javé, não sou um orador, porque sou ainda muito novo!” (Jr 1, 6). A tarefa parece imensa, porque assume as dimensões da sociedade e do mundo. Mas não esqueçais que, quando chama, o Senhor dá também a força e a graça necessárias para responder ao chamamento.
Não tenhais medo de assumir as vossas responsabilidades: a Igreja tem necessidade de vós, precisa do vosso empenho e da vossa generosidade; o Papa tem necessidade de vós e, no início deste novo milênio, pede-vos que leveis o Evangelho pelas estradas do mundo.
No Salmo Responsorial escutamos uma pergunta que no mundo poluído de hoje ressoa com uma particular atualidade: “Como poderá o jovem manter puro o seu coração?” (Sl 119/118,9). Escutamos também a resposta, simples e incisiva: “Guardando a Vossa palavra” (ibid.). Portanto, é preciso suplicar o gosto pela Palavra de Deus e a alegria de poder testemunhar algo que é maior do que nós: “Alegro-me em seguir os Vossos desígnios...” (ibid., v. 14).
A alegria nasce também da consciência de que inúmeras outras pessoas no mundo acolhem, como nós, as “ordens do Senhor” e as tornam substância da sua vida. Quanta riqueza na universalidade da Igreja, na sua “catolicidade”! Quanta diversidade segundo os países, os ritos, as espiritualidades, as associações, movimentos e comunidades, quanta beleza e, ao mesmo tempo, que profunda comunhão nos valores e adesão comuns à pessoa de Jesus, o Senhor!
Percebestes, vivendo e orando juntos, que a diversidade dos vossos modos de acolher e de exprimir a fé não vos separa uns dos outros nem vos põe em concorrência. Ela é apenas uma manifestação da riqueza daquele único e extraordinário dom que é a Revelação, do qual o mundo tanto precisa.
No Evangelho que há pouco escutamos, o Ressuscitado faz a Pedro a pergunta que determinará toda a sua existência: “Simão, filho de João, tu me amas?” (Jo 21,16). Jesus não lhe pergunta quais são os seus talentos, os seus dons, as suas competências. Nem sequer pergunta àquele que pouco antes o tinha traído, se de agora em diante lhe será fiel, se já não vai vacilar. Pergunta-lhe a única coisa que conta, a única que pode dar fundamento a um chamamento: tu me amas? Hoje, Cristo dirige a mesma pergunta a cada um de vós: tu me amas? Não vos pergunta se sabeis falar às multidões, se sabeis dirigir uma organização, se sabeis administrar um patrimônio.
Pede-vos que o ameis bem. O resto virá como conseqüência. Com efeito, caminhar nas pegadas de Jesus não se traduz imediatamente em coisas a fazer ou a dizer, mas antes de tudo no fato de o amar, de permanecer com Ele, de o acolher completamente na própria vida.
Hoje respondeis com sinceridade à pergunta de Jesus. Alguns poderão dizer com Pedro: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo!” (Jo 21,16). Outros dirão: “Senhor, tu sabes como eu desejaria amar-te bem, ensina-me a amar-te, para poder seguir-te”. O importante é permanecer na via justa, continuar o caminho sem perder de vista a meta, até ao dia em que podereis dizer com todo o coração: “Tu sabes que te amo!”.
Queridos jovens, amai Cristo e amai a Igreja! Amai Cristo como Ele vos ama. Amai a Igreja como Cristo a ama. E não esqueçais que o amor verdadeiro não põe condições, não calcula nem recrimina, mas simplesmente ama. Como podereis, de fato, ser responsáveis de uma herança que aceitais apenas em parte? Como participar na construção de algo que não se ama de todo o coração? A comunhão do corpo e do sangue do Senhor ajude cada um a crescer no amor por Jesus e pelo seu Corpo que é a Igreja.
Por Beato João Paulo II
Queridos jovens, não duvideis do amor de Deus por vós! Ele reserva-vos um lugar no seu coração e uma missão no mundo. A primeira reação pode ser o temor, a dúvida. São sentimentos que, antes de vós, o próprio Jeremias experimentou: “Ah! Senhor Javé, não sou um orador, porque sou ainda muito novo!” (Jr 1, 6). A tarefa parece imensa, porque assume as dimensões da sociedade e do mundo. Mas não esqueçais que, quando chama, o Senhor dá também a força e a graça necessárias para responder ao chamamento.
Não tenhais medo de assumir as vossas responsabilidades: a Igreja tem necessidade de vós, precisa do vosso empenho e da vossa generosidade; o Papa tem necessidade de vós e, no início deste novo milênio, pede-vos que leveis o Evangelho pelas estradas do mundo.
No Salmo Responsorial escutamos uma pergunta que no mundo poluído de hoje ressoa com uma particular atualidade: “Como poderá o jovem manter puro o seu coração?” (Sl 119/118,9). Escutamos também a resposta, simples e incisiva: “Guardando a Vossa palavra” (ibid.). Portanto, é preciso suplicar o gosto pela Palavra de Deus e a alegria de poder testemunhar algo que é maior do que nós: “Alegro-me em seguir os Vossos desígnios...” (ibid., v. 14).
A alegria nasce também da consciência de que inúmeras outras pessoas no mundo acolhem, como nós, as “ordens do Senhor” e as tornam substância da sua vida. Quanta riqueza na universalidade da Igreja, na sua “catolicidade”! Quanta diversidade segundo os países, os ritos, as espiritualidades, as associações, movimentos e comunidades, quanta beleza e, ao mesmo tempo, que profunda comunhão nos valores e adesão comuns à pessoa de Jesus, o Senhor!
Percebestes, vivendo e orando juntos, que a diversidade dos vossos modos de acolher e de exprimir a fé não vos separa uns dos outros nem vos põe em concorrência. Ela é apenas uma manifestação da riqueza daquele único e extraordinário dom que é a Revelação, do qual o mundo tanto precisa.
No Evangelho que há pouco escutamos, o Ressuscitado faz a Pedro a pergunta que determinará toda a sua existência: “Simão, filho de João, tu me amas?” (Jo 21,16). Jesus não lhe pergunta quais são os seus talentos, os seus dons, as suas competências. Nem sequer pergunta àquele que pouco antes o tinha traído, se de agora em diante lhe será fiel, se já não vai vacilar. Pergunta-lhe a única coisa que conta, a única que pode dar fundamento a um chamamento: tu me amas? Hoje, Cristo dirige a mesma pergunta a cada um de vós: tu me amas? Não vos pergunta se sabeis falar às multidões, se sabeis dirigir uma organização, se sabeis administrar um patrimônio.
Pede-vos que o ameis bem. O resto virá como conseqüência. Com efeito, caminhar nas pegadas de Jesus não se traduz imediatamente em coisas a fazer ou a dizer, mas antes de tudo no fato de o amar, de permanecer com Ele, de o acolher completamente na própria vida.
Hoje respondeis com sinceridade à pergunta de Jesus. Alguns poderão dizer com Pedro: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo!” (Jo 21,16). Outros dirão: “Senhor, tu sabes como eu desejaria amar-te bem, ensina-me a amar-te, para poder seguir-te”. O importante é permanecer na via justa, continuar o caminho sem perder de vista a meta, até ao dia em que podereis dizer com todo o coração: “Tu sabes que te amo!”.
Queridos jovens, amai Cristo e amai a Igreja! Amai Cristo como Ele vos ama. Amai a Igreja como Cristo a ama. E não esqueçais que o amor verdadeiro não põe condições, não calcula nem recrimina, mas simplesmente ama. Como podereis, de fato, ser responsáveis de uma herança que aceitais apenas em parte? Como participar na construção de algo que não se ama de todo o coração? A comunhão do corpo e do sangue do Senhor ajude cada um a crescer no amor por Jesus e pelo seu Corpo que é a Igreja.
Por Beato João Paulo II
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