Madrid 3 de Abril de 2011.- São muitos os episódios de João Paulo II que revelam e tornam manifesto estarmos perante um santo, do princípio ao fim, de A a Z. O motor da sua vida foi a oração e a devoção a Nossa Senhora. Ele próprio dizia: “tentam perceber quem sou pelo exterior; mas só chegarão a entender-me pelo interior”.
A recente publicação do livro Porqué es santo, escrito pelo postulador da causa de canonização, oferece múltiplas facetas do seu carácter. Limitamo-nos a recolher alguns episódios publicados nesse e noutros livros.
O anúncio da próxima beatificação do inventor das Jornadas Mundiais, no dia 1 de Maio, despertou uma onda de alegria em muitas pessoas. Em mais de uma ocasião, Bento XVI animou os jovens a seguir o rasto de luz dos santos: “na história da Igreja, os santos encontraram na fé a força para vencer as próprias fraquezas e superar toda a adversidade. Foram construtores de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano. Também vós, se tiverdes fé, se fordes capazes de viver e dar testemunho em cada dia da vossa fé, sereis um instrumento que ajudará outros jovens como vós a encontrar o sentido e a alegria de viver, que nasce do encontro com Cristo.” (Mensagem para as JMJ de Madrid)
Deus queira que o olhar para João Paulo II ajude todos os jovens do mundo a preparar o caminho para as Jornadas Mundiais de Madrid.
Amigo dos seus amigos
O afecto que nutria pelos seus amigos e companheiros de juventude sempre se manteve vivo nele não obstante o passar dos anos. Encontrava-se com eles para comer, organizava excursões, escrevia e em mais do que uma ocasião, quando já era Papa, reatou o relacionamento com pessoas que de há muito tempo não via.
Foi o que aconteceu, por exemplo, como o engenheiro judeu Jerzy Kluger, um amigo de infância da época de Wadowice, com o qual Wojtyla desejara entrar em contacto após os trágicos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial e da deportação dos judeus para os campos de concentração nazis. Depois de ter sido eleito papa, os dois amigos voltaram a encontrar-se várias vezes, tanto no Vaticano como em Castel Gandolfo, até à morte de João Paulo II.
Também teve muitas delicadezas e provas de afecto com os colaboradores da Cúria Romana, que em muitas ocasiões felicitou no seu dia onomástico ou aniversário de ordenação sacerdotal ou episcopal. No seu último dia de vida quis despedir-se dos mais altos dignitários do Vaticano, mas também de Franco, a pessoa que tinha a seu cargo os aposentos pontifícios; e de Arturo, o fotógrafo que o acompanhou durante muitos anos.
O afecto que nutria pelos seus amigos e companheiros de juventude sempre se manteve vivo nele não obstante o passar dos anos. Encontrava-se com eles para comer, organizava excursões, escrevia e em mais do que uma ocasião, quando já era Papa, reatou o relacionamento com pessoas que de há muito tempo não via.
Foi o que aconteceu, por exemplo, como o engenheiro judeu Jerzy Kluger, um amigo de infância da época de Wadowice, com o qual Wojtyla desejara entrar em contacto após os trágicos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial e da deportação dos judeus para os campos de concentração nazis. Depois de ter sido eleito papa, os dois amigos voltaram a encontrar-se várias vezes, tanto no Vaticano como em Castel Gandolfo, até à morte de João Paulo II.
Também teve muitas delicadezas e provas de afecto com os colaboradores da Cúria Romana, que em muitas ocasiões felicitou no seu dia onomástico ou aniversário de ordenação sacerdotal ou episcopal. No seu último dia de vida quis despedir-se dos mais altos dignitários do Vaticano, mas também de Franco, a pessoa que tinha a seu cargo os aposentos pontifícios; e de Arturo, o fotógrafo que o acompanhou durante muitos anos.
Bom humor na juventude e na velhice
Em certa ocasião perguntaram a uma pessoa muito próxima do Papa, o que é que mais a impressionava de João Paulo II, ao que ela respondeu que era o seu bom humor: “à primeira vista pode parecer que o bom humor é algo de conatural à pessoa. Mas a mim parece-me que é uma constante na vida dos santos. Aos 80 anos, manter o mesmo bom humor de quando se é jovem… só pode encontrar explicação no facto de saber-se criado por Deus”.
Já vergado ao peso dos anos, João Paulo II tinha de se apoiar num bastão para poder caminhar. Aceitou com serenidade esta nova situação. Foi assim que o mostrou, rodando com o bastão, como se fosse um brinquedo, perante milhões de jovens durante a vigília da JMJ de Manila (1995). Houve até ocasiões em que brincava com isso, recorrendo ao seu habitual bom humor. Em 1998, num dos seus discursos disse: “Gostava de vos perguntar: Porque é que o papa anda de bastão?... Estava à espera que respondêsseis: Porque está velho! Mas não; vós destes a resposta certa: Porque é ‘pastor’! O Pastor leva um bastão para apoiar-se e para manter em ordem o rebanho».
Confiança no sacramento da Confissão
Todas as sextas-feiras santas João Paulo II ia confessar à basílica de S. Pedro. Não resistimos em contar um episódio que demonstra a confiança de João Paulo II no sacramento da confissão.
Um sacerdote de Nova York entrou numa igreja de Roma para rezar, e nisto deu de caras com um mendigo. Depois de observá-lo durante instantes, apercebeu-se de que conhecia aquele homem. Era um companheiro de seminário, ordenado sacerdote no mesmo dia que ele. O padre, depois de identificar-se e de o saudar, escutou da boca do mendigo como tinha perdido a sua fé e a sua vocação. Ficou profundamente consternado.
No dia seguinte o sacerdote americano teve a oportunidade de estar com o Papa. Ao chegar a sua vez pediu ao santo Padre que rezasse pelo seu antigo companheiro de seminário, e descreveu por alto a sua situação ao Papa.
Um dia depois recebeu um convite do Vaticano para ir jantar com o Papa e que levasse consigo o tal mendigo. O sacerdote voltou à igreja onde se tinha encontrado com o seu amigo para transmitir-lhe o desejo do Papa. Uma vez convencido o mendigo, levou-o ao seu alojamento, ofereceu-lhe roupa e disse-lhe para se preparar para o encontro com o Papa.
O Pontífice, depois do jantar fez sinal ao sacerdote para os deixar sós, e pediu ao mendigo que o ouvisse de confissão. O homem, impressionado, respondeu-lhe que já não era sacerdote, ao que o Papa respondeu "uma vez sacerdote, sacerdote para sempre". "Mas eu estou destituído das minhas faculdades de presbítero", insistiu o mendigo. "Eu sou o bispo de Roma, tenho poder para tas devolver", disse o Papa.
O homem escutou a confissão do Santo Padre e pediu-lhe por sua vez para que o ouvisse também a ele de confissão». Depois dela chorou amargamente. No fim João Paulo II perguntou-lhe em que paróquia tinha estado a mendigar, e nomeou-o assistente do pároco da mesma e encarregado de atender os mendigos.
Devoção à Divina Misericórdia
Entre os milhares de homens e mulheres de Deus que elevou aos altares, a figura que mais apreciava foi a da religiosa polaca Faustina Kowalska (1905- 1938), apóstola da devoção da Divina Misericórdia.
Em Agosto de 2002, em Lagiewniki, onde a ir. Faustina viveu e morreu, João Paulo II confiou o mundo à Divina Misericórdia, à confiança ilimitada em Deus Misericordioso.Quanta necessidade da misericórdia de Deus tem o mundo de hoje! Onde reinam o ódio e a sede de vingança, onde a guerra leva à dor e à morte dos inocentes é necessária a graça da misericórdia para acalmar as mentes e os corações, e fazer que brote a paz. Onde não se respeita a vida e a dignidade do homem é necessário o amor misericordioso de Deus, a cuja luz se manifesta o incalculável valor de todo o ser humano. Por isso, neste santuário, quero consagrar solenemente o mundo à Misericórdia Divina.
João Paulo faleceu no dia 2 de Abril de 2005, às 21.37, ao terminar o sábado, e já quando tínhamos entrado na oitava da Páscoa e domingo da Divina Misericórdia.
Enfermos, lección constante para él (Doentes, lição constante para ele)
Durante a sua primeira viagem papal, realizada ao México em 1979, visitou uma igreja cheia de doentes e de inválidos. Um dos seus acompanhantes testemunhou a propósito: “O Papa deteve-se diante de cada um deles e tive a impressão de que os venerava a todos: inclinava-se para eles, tentava compreender o que lhe diziam e depois acariciava-lhes a cabeça”.
Os responsáveis pela cerimónia depressa se deram conta que, neste tipo de viagens, não deviam colocar mais de trinta doentes diante do altar. Caso contrário, dado que João Paulo II cumprimentava cada um deles, ficavam alterados os horários dos compromissos que vinham a seguir.
Fé e fortaleza
Quando se insistia com ele para que abrandasse o ritmo de trabalho e de viagens e que repousasse um pouco mais, a sua resposta era sempre: “Descansarei na vida eterna”. No decurso da sua última Semana Santa, respondeu desta forma a um cardeal que lhe sugeriu que não esgotasse as suas últimas forças: “Se Jesus não desceu da cruz, por que motivo deveria fazê-lo eu?
Consciente de que o tempo é limitado, desejava aproveitá-lo ao máximo. Num dos últimos anos da sua vida disse: “Cada vez me dou mais conta que se aproxima o momento em que terei de me apresentar diante de Deus. O dom da vida é demasiado precioso para que nos cansemos dele.
Globalidade num mundo global
É o primeiro Papa polaco, e o primeiro vindo de um país comunista. Se o colapso do comunismo se deu a partir de 1989 de maneira pacífica foi, segundo muitos, graças a João Paulo II. Tal como testemunhou um qualificado expoente político: “Cada um deu o seu contributo – o americano Reagan, a britânica Margaret Thatcher e o francês François Mitterrand – mas para os reunir a todos era necessária a intervenção do Santo Padre”. Inclusivamente o presidente russo, Mikail Gorbachov, reconheceu-o abertamente ao afirmar: “Não fui eu que acabei com o comunismo, mas João Paulo II”.
Humildade e gratidão
Em 1991, décimo aniversário do atentado, João Paulo II foi a Fátima para exprimir o seu agradecimento a Nossa Senhora. Na saudação de boas-vindas, um dos presentes voltou-se para ele e exclamou: “Santo Padre, feliz aniversário!”. O Papa continuou a avançar após ter escutado essas palavras, mas depois retrocedeu e respondeu: “Tem razão, a primeira vida foi-me dada; a segunda foi-me oferecida há dez anos”. Um presente que o levou a adoptar o costume de, em todos os dias 13 de Maio pela tarde, à hora do atentado, celebrar uma santa missa de acção de graças na capela privada.
Instrumento de Deus
Considerou-se sempre um instrumento de Deus, ao serviço do que Ele lhe pedira. “A minha vocação é um mistério inclusive para mim”, dizia numa ocasião João Paulo II. “Como se podem explicar os caminhos de Deus? E mesmo assim, sei que em certo momento da minha vida percebi claramente que Cristo me dizia o que tinha dito já a milhares de pessoas antes de mim ‘Vem, e segue-me!’. Era evidente que o que sentia no meu coração não era nem uma voz humana nem uma ideia minha. Cristo estava a chamar-me para que o servisse como sacerdote”.
A ordenação foi um momento chave na vida de Karol Woytila. Sublinhou-o ele mesmo afirmando que “nada tem mais importância para mim ou me causa maior alegria que celebrar diariamente a missa e servir o povo de Deus na Igreja. E isso é assim desde o próprio dia da minha ordenação como sacerdote. Nada o conseguiu alterar em nenhum momento, nem sequer o facto de ser agora Papa”.
Los jóvenes siempre en su corazón (Os jovens sempre no seu coração)
O seu amor aos jovens impulsionou-o a iniciar em 1985 as Jornadas Mundiais da Juventude. Nas 19 edições da JMJ celebradas ao longo do seu pontificado reuniram-se milhões de jovens de todo o mundo.
“O que é a juventude?”, dizia João Paulo II numa entrevista. “Não é somente um período da vida correspondente a um número de anos, mas é ao mesmo tempo um tempo dado pela Providência a cada homem, durante o qual procura como o jovem rico do Evangelho, a resposta às questões fundamentais; não só o sentido da vida mas um plano concreto para começar a construir a sua vida. Nos jovens há um imenso potencial de bem, e possibilidades criativas. Ninguém inventou as jornadas mundiais dos jovens. Foram eles quem as criaram. Não é verdade que seja o Papa quem leva os jovens de um extremo ao outro do globo terrestre. São eles que o levam a ele”.
Karol Woytila em privado
“Karol Woytila exactamente como era visto em público: um homem enamorado, um cristão que olhava para além de si mesmo. A sua peculiaridade pessoal aparecia principalmente na sua relação com Deus. Por isso a sua espiritualidade era atraente e cativante. Sofrendo, ou rindo, não mantinha uma relação especulativa com uma divindade distante. No seu dia-a-dia, estar com Deus constituía a maior paixão, a mais intensa prioridade, e sempre mais, o mais normal do mundo. Deus não é um código moral, mas uma Pessoa com a qual poder falar pessoalmente e inclusive poder dizer se é necessário: ‘Às vezes não te entendo!’” (depoimento de Joaquín Navarro- Valls, ex porta-voz de João Paulo II).
Lolek, chegaria a converter chefes da máfia
Na sua infância os seus amigos chamavam-lhe Lolek, e esse diminutivo também foi usado depois pelos seus parentes e algumas pessoas mais próximas da Polónia.
Quem disse que seria impossível que Lolek fosse Papa e que o seu exemplo converteria muitos…! No dia 14 de Novembro de 2002 João Paulo II visitou o parlamento italiano, a primeira vez que o chefe da Igreja Católica o fazia em 150 anos. O seu discurso centrou-se no terrorismo internacional e na globalização; e foi tão eloquente que ao vê-lo pela televisão o mafioso italiano Benedetto Marciante, chefe da Cosa Nostra e acusado de homicídio e de extorsão, entregou-se à polícia romana.
Mortificação desapercebida
“O seu exemplo parecia ensinar que é melhor sofrer com Deus que alegrar-se sozinho. Com muita frequência, para João Paulo II tratava-se só de aproveitar alguma ocasião oferecida pelas vivências quotidianas para oferecer algum sacrifício pequeno ou grande. Recusar no avião a cama preparada para ele nas longas viagens intercontinentais, e dormir em alternativa - ou tentar fazê-lo - no assento ou reduzir a quantidade de alimento numa refeição, com aparente indiferença. O fim de toda a austeridade sensível era sempre garantir à sua alma a perfeita união com Cristo, e a total disponibilidade a escutar o chamamento interior de Deus”. (depoimento de Joaquín Navarro- Valls, ex porta-voz de João Paulo II)
Não tenhais medo!, foram as suas primeiras palavras como Papa
"Não tenhais medo" foram as primeiras palavras que João Paulo II lançou ao mundo inteiro da Praça de São Pedro, quando inaugurou o seu pontificado, em 22 de Outubro de 1978. Essas palavras percorreram, como uma melodia, todo o seu trabalho como Vigário de Cristo, até à sua morte santa em 2005.
Não tenhais medo de abrir de par em par as portas a Cristo! Esta expressão é, possivelmente, um dos gritos mais esperançados e revolucionários do mundo contemporâneo, que se debate entre a angústia e os medos perante os monstros que ele próprio criou: a guerra, a cultura da morte, a perda da dignidade humana...
Oração como motor da existência
“Em certa ocasião em que pensava estar só na sua capela, ouvi-o cantar enquanto fixava o seu olhar no Sacrário. Não entoava um tema litúrgico, mas canções populares polacas. Uma vez mais me veio à mente santo Agostinho, o qual afirmava que ‘cantar é rezar duas vezes’. Pessoalmente parecia-me que em si transparecia, ao mesmo tempo, a riqueza intelectual de um teólogo e a inocência espontânea de uma criança”.
Pedir perdão e perdoar
Em 12 de Março de 2000, pediu perdão pelas faltas humanas cometidas pela Igreja Católica em toda a sua história. Fazendo referência às cruzadas, à inquisição, à discriminação em relação às mulheres e às etnias.
Também passou à história o momento em que se encontrou na prisão com Ali Agca, que cometeu o atentado contra o Papa. Apesar de João Paulo II ter dito sempre que desde o primeiro instante lhe tinha perdoado
Quem é João Paulo II, por Bento XVI
Juan Paulo II foi sacerdote até ao fim, porque deu a sua vida a Deus pelas suas ovelhas e pela inteira família humana, numa doação quotidiana ao serviço da Igreja e sobretudo nas difíceis provas dos últimos meses. No primeiro período do seu pontificado João Paulo II, ainda jovem e cheio de força, ia até aos confins do mundo. Mas depois, identificando-se com Cristo na Cruz, anunciou também incansavelmente e com renovada intensidade o Evangelho, o mistério do amor que vai até ao fim. (cf Jo 13, 1).
Podia ver-se que a lição do Papa sofredor era um magistério que ultrapassava o seu magistério verbal. Parecia que com as obras dizia o que tinha dito com palavras: “Cristo, sofrendo por todos nós, deu uma nova dimensão ao sofrimento e introduziu-o na ordem do amor… é o sofrimento que queima e consome o mal com a chama do amor”.
Rosário, sua oração preferida
O rosário (terço), como o mesmo reconhecia, era a sua oração preferida. “Depois de uma conversa com o Papa - recordou uma testemunha - tive a sorte de ouvir como me dizia: ‘Vamos rezar o terço, quer vir connosco?’ Segui-o até ao terraço dos seus aposentos e dessa forma pude entender o valor desse rosário: tratava-se de um momento de vigília pela sua diocese, por toda a Igreja, pelo mundo e pelos que sofrem. ‘Olhe!’, dizia-me às vezes entre um mistério e outro indicando-me os edifícios do Vaticano e de Roma.” Ao mesmo tempo que via esses edifícios rezava por todas as pessoas que ali viviam e trabalhavam.
Serviço, em todas as suas ocupações
En 2004 dizia na sua autobiografia: “Para um bispo é muito importante relacionar-se com as pessoas e aprender a tratá-las adequadamente. Pelo que me diz respeito, é significativo que nunca tenha tido a impressão de que o número de encontros fosse excessivo. De todos os modos, a minha preocupação constante foi a de cuidar em cada caso o carácter pessoal do encontro. Cada um é um capítulo à parte. O que faço é simplesmente, rezar por todos diariamente. Quando encontro uma pessoa, rezo logo por ela, e isso sempre facilita a relação. Tenho como princípio acolher cada um como uma pessoa que o Senhor me envia, e ao mesmo tempo, me confia”.
Totus tuus, todo teu - dizia à Virgem Maria
En honra da Virgem Maria quis que no seu escudo de bispo figurasse o lema: “Totus tuus”, como uma maneira de dizer à Virgem Maria: sou ‘todo teu’, em ti confio.
São muitos os episódios que manifestam a sua confiança na Virgem Maria, como o caso que se conta de seguida. O Cardeal Deskur contou que quando tinha sido nomeado arcebispo de Cracóvia, Woytila encontrara o seminário quase vazio, o que o moveu a fazer uma promessa a Nossa Senhora: ‘Farei tantas peregrinações a pé a todos os santuários, pequenos ou grandes, próximos ou afastados, como o número de vocações que me concedas em cada ano’. De repente, o seminário começou a encher-se de novo; quando o arcebispo deixou Cracóvia para ser Papa, tinha quinhentos alunos. Esta sagrada promessa à Virgem Maria era um dos motivos que levava João Paulo II a insistir que as visitas programadas durante as suas viagens pastorais incluíssem sempre um lugar de culto mariano.
En 1981 mandou colocar uma imagem da Virgem, Maria Mãe da Igreja na praça de São Pedro, pois não havia nenhuma imagem dela nesse lugar.
Universalidade
Em meados dos anos noventa tornou-se popular uma anedota no Vaticano: ‘Qual é a diferença entre Deus e João Paulo II? Deus está em toda a parte, enquanto que o Papa já lá esteve’. O Pontífice realizou 146 viagens por Itália e 104 ao estrangeiro. Estas viagens permitiram que milhões de pessoas, que jamais tinham podido visitar o Vaticano, vissem o Pontífice em pessoa e escutassem as suas palavras, e com elas a esperança do Evangelho.
“Os caminhos de santidade são múltiplos e adequados à vocação de cada um. Que potencial de graça fica como que inerte na multidão incontável dos baptizados! O chamamento não se dirige só aos sacerdotes ou aos religiosos e religiosas, mas estende-se a todos. Como bispo apoiei numerosas iniciativas dos leigos. (…) Por exemplo, o Ofício para a pastoral familiar, as reuniões de estudo para estudantes de medicina chamados ‘Kler-med’ ou o Instituto para a Família. Estive também ao lado de iniciativas novas: o caminho neo-catecumenal ou a Opus Dei. Ambos nascidos em Espanha, país que tantas vezes deu impulsos providenciais para a renovação espiritual. Nos anos do meu ministério em Cracóvia senti sempre a proximidade espiritual dos Focolares. Outro movimento surgido da vitalidade da Igreja em Itália é o Comunhão e Libertação.”
Woytila, onde está Woytila?
Onde está Woytila? Quando recordamos o que João Paulo II levou a cabo, os “grandes eventos” misturam-se com a recordação de momentos simples de oração, que foram uma razão de assombro inclusive para os seus colaboradores. “Nos anos setenta, eu era já o capelão dos estudantes da Universidade Católica de Lublín. No início do ano académico, o então cardeal de Cracóvia veio para participar na Eucaristia na Igreja da universidade, na inauguração oficial do grande auditório, e no almoço. Depois disso, o cardeal estava pronto para regressar a Cracóvia. O reitor da Universidade, o padre Krapiec, acompanhou-o até ao carro, mas deteve-se a conversar com outro convidado. Foi então que o cardeal “desapareceu”! Os dez segundos que esperaram pareceram-lhe dez séculos. O reitor, acostumado a ter tudo sob controlo, não sabia aonde poderia ter ido o cardeal. Perguntou-me: “Onde está Wojtyla? O cardeal desapareceu! Onde está?” Com um ligeiro sorriso brincalhão, deixar passar um pouco de tempo antes de lhe responder. Disse-lhe então: “Provavelmente foi à Igreja”. Ali fomos, e efectivamente, encontrámos p cardeal, ajoelhado em oração diante da Via Sacra.
Onde está Woytila? Quando recordamos o que João Paulo II levou a cabo, os “grandes eventos” misturam-se com a recordação de momentos simples de oração, que foram uma razão de assombro inclusive para os seus colaboradores. “Nos anos setenta, eu era já o capelão dos estudantes da Universidade Católica de Lublín. No início do ano académico, o então cardeal de Cracóvia veio para participar na Eucaristia na Igreja da universidade, na inauguração oficial do grande auditório, e no almoço. Depois disso, o cardeal estava pronto para regressar a Cracóvia. O reitor da Universidade, o padre Krapiec, acompanhou-o até ao carro, mas deteve-se a conversar com outro convidado. Foi então que o cardeal “desapareceu”! Os dez segundos que esperaram pareceram-lhe dez séculos. O reitor, acostumado a ter tudo sob controlo, não sabia aonde poderia ter ido o cardeal. Perguntou-me: “Onde está Wojtyla? O cardeal desapareceu! Onde está?” Com um ligeiro sorriso brincalhão, deixar passar um pouco de tempo antes de lhe responder. Disse-lhe então: “Provavelmente foi à Igreja”. Ali fomos, e efectivamente, encontrámos p cardeal, ajoelhado em oração diante da Via Sacra.
XXXX viagens à volta do mundo
De seguida, algumas estatísticas relativas ao histórico papado de João Paulo II, que começou em 16 de Outubro de 1978. O Papa esteve no cargo mais de 26 anos, o terceiro pontificado mais longo em 2.000 anos de história da Igreja Católica Romana.
De seguida, algumas estatísticas relativas ao histórico papado de João Paulo II, que começou em 16 de Outubro de 1978. O Papa esteve no cargo mais de 26 anos, o terceiro pontificado mais longo em 2.000 anos de história da Igreja Católica Romana.
Durante o seu pontificado, o Papa João Pabuo II:
• viajou um total de 1.247,613 quilómetros, ou seja, 3,24 vezes a distância da Terra à Lua, em viagens papais dentro e fora de Itália
• realizou 104 viagens fora de Itália
• visitou 129 países e territórios diferentes
• realizou 146 viagens em Itália e 301 visitas a paróquias de Roma
• passou 822 dias, ou mais de dois anos e três meses, fora do Vaticano
• leu mais de 20.000 discursos, somando mais de 100.000 páginas.
• celebrou mais de 1.166 audiências gerais no Vaticano às quais assistiram mais de 17,64 milhões de pessoas.
• emitiu mais de 100 documentos importantes, incluindo 14 encíclicas, 45 cartas apostólicas e 15 exortações apostólicas.
• beatificou 1.345 pessoas e canonizou 483 pessoas, mais que todos os seus predecessores nos últimos quatro séculos juntos. Guardava a biografia de todos eles em duas grossas capas que tinha no seu quarto, e lia-as frequentemente para inspirar-se na prática das virtudes.
• Reuniu-se com mais de 1.590 chefes de Estado ou de Governo.
• realizou 104 viagens fora de Itália
• visitou 129 países e territórios diferentes
• realizou 146 viagens em Itália e 301 visitas a paróquias de Roma
• passou 822 dias, ou mais de dois anos e três meses, fora do Vaticano
• leu mais de 20.000 discursos, somando mais de 100.000 páginas.
• celebrou mais de 1.166 audiências gerais no Vaticano às quais assistiram mais de 17,64 milhões de pessoas.
• emitiu mais de 100 documentos importantes, incluindo 14 encíclicas, 45 cartas apostólicas e 15 exortações apostólicas.
• beatificou 1.345 pessoas e canonizou 483 pessoas, mais que todos os seus predecessores nos últimos quatro séculos juntos. Guardava a biografia de todos eles em duas grossas capas que tinha no seu quarto, e lia-as frequentemente para inspirar-se na prática das virtudes.
• Reuniu-se com mais de 1.590 chefes de Estado ou de Governo.
A maior multidão reunida numa missa papal foi uns quatro milhões de pessoas em Manila em 1995. O menor número de pessoas que foram participar numa missa papal foi de umas 200 durante uma viagem aos países nórdicos em 1989.
Ya ‘¡Santo ya!‘ (Já “Santo já”!)
João Paulo II faleceu em 2 de Abril de 2005, às 21.37. Desde aquela noite até ao dia 8 de Abril, dia em que se celebraram as exéquias do defunto pontífice, mais de três milhões de peregrinos renderam homenagem a João Paulo II, chagando a fazer 24 horas de fila para poder aceder à basílica de São Pedro. Muitos gritavam em coro e levantavam placardes que diziam: Santo subito (que em italiano, quer dizer ‘santo já’)
Em 28 de Abril, o Santo Padre Bento XVI dispensou do tempo de cinco anos de espera desde a morte para iniciar a causa de beatificação e canonização de João Paulo II. A causa foi aberta oficialmente pelo cardeal Camillo Ruini, vigário geral para a diocese de Roma, em 28 de Junho de 2005. Em 1 de Maio João Paulo II será beatificado.
João Paulo II faleceu em 2 de Abril de 2005, às 21.37. Desde aquela noite até ao dia 8 de Abril, dia em que se celebraram as exéquias do defunto pontífice, mais de três milhões de peregrinos renderam homenagem a João Paulo II, chagando a fazer 24 horas de fila para poder aceder à basílica de São Pedro. Muitos gritavam em coro e levantavam placardes que diziam: Santo subito (que em italiano, quer dizer ‘santo já’)
Em 28 de Abril, o Santo Padre Bento XVI dispensou do tempo de cinco anos de espera desde a morte para iniciar a causa de beatificação e canonização de João Paulo II. A causa foi aberta oficialmente pelo cardeal Camillo Ruini, vigário geral para a diocese de Roma, em 28 de Junho de 2005. Em 1 de Maio João Paulo II será beatificado.
Z… da janela do Cielo
Depois da morte de Karol Woytila, o então Cardeal Ratzinger plenamente convencido da santidade de João Paulo II disse: “em vida, o Papa da janela do seu quarto abençoava as pessoas. Agora da janela da Casa do Padre no céu, olha-nos e nos dá a sua bênção”.
Depois da morte de Karol Woytila, o então Cardeal Ratzinger plenamente convencido da santidade de João Paulo II disse: “em vida, o Papa da janela do seu quarto abençoava as pessoas. Agora da janela da Casa do Padre no céu, olha-nos e nos dá a sua bênção”.
Milhares de pessoas de todo o mundo recorrem diariamente à sua intercessão espontaneamente e através da oração para implorar favores através da sua intercessão
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